Alguém me conhece?
Alguém me conhece?
Não... ninguém conhece!
Nem eu mesma... me conheço.
Sou aquela que vive
De sonhos, fantasias e tropeços.
A que sempre pagou pela
felicidade... um alto preço...
Lutando feito uma leoa...
Por sentimentos puros...
Pelo leal apreço!
Alguém conhece meus invernos?
Minhas chuvas?...
Minhas noites sem lua?
Minhas andanças
Em solitárias ruas?
Ninguém me conhece!
Nem eu... me reconheço!
Perdi de mim mesma
O itinerário, o endereço!
Fui permitindo
Que me virassem do avesso...
Alguém assistiu minhas
Insones madrugadas?
Alguém conhece minhas doridas
Lágrimas derramadas?
Não, ninguém sabe de nada!
Nem eu... sei mais coisa nenhuma!
Sou como do mar... a frágil espuma...
Apenas me dei conta...
Que é hora de pegar a estrada...
Foi cansativa a peça encenada,
Agora é o epílogo, história encerrada!
Por favor!
Não digam que a vida é bela!
Nem me falem em felicidade!
Deixem-me tentar aceitar que ela
Não existe... que minha missão
Já está mais do que cumprida!
Só assim...
Poderei curar minhas feridas!...
Mary Trujillo
22.08.2010
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