suavemente assim
lentamente
como a luz da lua
entrando pelo quarto adentro
os raios do sol
nas frestas da janela
acendendo as cortinas
como passa o tempo
como o vento se inclina
pelo vão da porta
o sangue quente
escorrendo da veia
quando a faca corta
o gato quieto
espreitando a presa
a aranha paciente
arquitetando a teia
as sombras que dançam
na luz da vela acesa
como cai a noite
como nasce o dia
como vem a canção
como vem a poesia
suavemente assim
eu te penetro
tantas e tantas vezes
o quanto ou mais
do que querias