VITAL LAMPEJO
Morrem entre os meus dedos
Murmúrios que os lábios entravam
Num áspero grito sem eco.
Morrem em minh’alma os segredos
E o peito em que tuas mãos pousavam
Suspira e lateja num vital lampejo
À derradeira hora: teco-tum, tum-teco...
ESPELHO
Lívida, a leve luz vislumbra
a minha face no espelho em penumbra.
Leve é o vento. Que meu eco pensamento leve
longe o sonho infindo desta vida breve
além da luz o breve instante madrugado.
Só o espelho me olha e me desnuda
quando, presa, minh’alma fica muda
com lábios abertos. E o meu olhar fala calado.
P.S. Alguém enviou-me um e-mail observando-me sobre a "impropriedade temporal do verbo entrar", no segundo verso do primeiro poema. Certamente acataria a correção com absoluta naturalidade. Mas, já prevendo que outros podem igualmente confundir-se, lhes digo:
trata-se do verbo entravar (impedir, obstruir, embaraçar... ) no presente do indicativo, 3ª pessoa do plural.
Morrem entre os meus dedos
Murmúrios que os lábios entravam
Num áspero grito sem eco.
Morrem em minh’alma os segredos
E o peito em que tuas mãos pousavam
Suspira e lateja num vital lampejo
À derradeira hora: teco-tum, tum-teco...
ESPELHO
Lívida, a leve luz vislumbra
a minha face no espelho em penumbra.
Leve é o vento. Que meu eco pensamento leve
longe o sonho infindo desta vida breve
além da luz o breve instante madrugado.
Só o espelho me olha e me desnuda
quando, presa, minh’alma fica muda
com lábios abertos. E o meu olhar fala calado.
P.S. Alguém enviou-me um e-mail observando-me sobre a "impropriedade temporal do verbo entrar", no segundo verso do primeiro poema. Certamente acataria a correção com absoluta naturalidade. Mas, já prevendo que outros podem igualmente confundir-se, lhes digo:
trata-se do verbo entravar (impedir, obstruir, embaraçar... ) no presente do indicativo, 3ª pessoa do plural.