LIBERDADE

Eu prossigo na vida à procura de atalhos

para me desviar dos caminhos tão velhos,

necessito da seiva do novo, seus brilhos,

minha porta é sem chave, sem trinco, ferrolhos.

O bom mesmo é fazer da brandura o trabalho,

praticar dia-a-dia as lições do evangelho,

ajustando com passos o rumo do trilho

que conduz para a luz que a servir eu escolho.

Para tanto eu preciso rasgar em retalhos

as mazelas que ferem minha alma com talhos

tão doídos e ardidos, que causam engulhos.

O processo é penoso, é suster-se nos galhos,

mas celebro o triunfo ao frescor dos orvalhos

que desnudam manhãs pelas quais dou mergulhos.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 01/09/2010
Reeditado em 21/03/2011
Código do texto: T2471641
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