Alma

Tu ainda tens aquele velho olhar.
E eu que pensei que havias perdido
Aquela calma, aquela alma...
Sorriso de menina pura
Qual flor que nasce de repente.
Olhar de quem viaja
Sorriso que fala
Lábios que agridem
Selvagens como sempre,
Como sempre serás,
Loba, sensual, maliciosa,
Menina,
Mulher...
Cabelos soltos,
Cabelos no rosto,
Encobrem teus olhos negros
Olhos soltos
Vivos, despertos.
Às vezes tão inquieta
Às vezes parada,
Agora já calma,
Segura,
Agora Ana!


Brasília, 1976.

Para Ana Lobinho