...DOS TÁRTATOS!
Montanhas serradas, vales imensos
Um rio que drena a passagem longínqua
Num instântaneo, o céu celerado assola
Tantas esperas, tantas noites, som do orvalho
A busca adiante nessa imensa solidão
Vagas de nuvens, dia e noite sem parar
Viagem ao centro do pensamento, amor tardio
Que sai como se nunca houvesse outra vez
Ah! porta que se escancara, coração em debate
Agitam-se na noite sonhos lascivos
A boca que seca pela falta daqueles beijos
Esse corpo teso pelo corpo que não toma
Em braços, para se acabar no copo próximo
O olhar se perde na imensidão
Como se não houvesse mais desespero batendo forte
A janela para tantas vigílias
Lembranças pelos cantos da boca
E me pego nesse universo de contrários
Acalentado esse ressurgir de cinzas
Versejando imagens e lembranças
Só em minha Ilha, como um deserto
E sem a presença dos Tártaros!
Peixão89