POEMA INOCENTE
Sai meu bem de baixo
Seu pai vem no trem
Se me pega assim
Me dará paternidade deste neném...
Guarde a boneca
Me pega dengosa
Me atire no mato
Me abra os braços
Vem me sentir, gostosa.
Me guarde no leito
Me aperte com jeito
Com jeito mansinho
Assim desse jeito
É que se faz carinho...
Acenda a luz é teu véu
Tire dos olhos o alho
Do coração o fel
Não ligue pro guarda
Mande prá casa do chapéu...
É! o tempo passou
O amor esfriou
A brisa esticou
E a grana encurtou...
A meninada cresceu
Seu velho enfureceu
Mas quem pode assumir
Brincadeira de criança?
Que o tempo escondeu.