DE TUDO UM POUCO
A natureza despede-se
Em tantos augúrios e desmandos do homem
Por tanta dor gerada no ventre da Terra
A natureza perde-se
Parece inconstante, solitária
Quando na sua angústia, dilacerada, rebela-se
A mulher viu um gato
Atropelado na estrada
Para muitos, mais um bolo de pêlos
Mas, para aquela, o seu amado se foi
Tudo se confunde neste momento
Primores deste diluído estado
Naturalmente, estou em tudo
Já não me sinto a máscara ou estrume
Sou adubo que na terra se reúne
Pernoitam as estrelas, para a natureza descansar
Dorme o meu AMOR nos braços do luar
Só encontro a rima no final da história
Porque a natureza espera, e eu, vivo de memória
Júlia Rocha