INOCÊNCIA

Eu num mundo de bolinhas de sabão.

Ora, assim não tão mal

- encarreirar o espaço sideral.

E ver tudo se destruir.

E ver você cintilar

e a lua amarelada se entreabrir.

E o sol carbonizar banhistas imbecis.

Ah, você deitada

numa cama de sangue,

gargalha esnobe e nua –

escória “des langues” -

das guerras e catástrofes.

E suas entranhas manchadas,

machistas e machadas,

cospem tumores malignos

e guerrilheiros a sitiam.

Ora, psicose planetária;

sofismas inaudíveis!

Ora, Academia,

parideira da burrice!

Eis tu, Acadêmus,

mecenas da irrelevância.

Sócrates,

pai de toda ignorância!