Tão logo a tarde finde.
Brevemente, uma à uma, as estrelas surgirão no céu.
E nele também repousará o silêncio.
Uma ou outra ave noturna passará,
deixando o grito agitar, aquele que adormeu.
Eu ficarei tento aos sons,
ficarei imóvel observando luminosa a lua
E os transeuntes bêbados balbuciando
Indolentes palavras de desencanto!
Tão logo venha a noite, virão os espectros
Dos meus medos assombrar-me,
E meus pesadelos despertar-me-ão
Desse obscuro temor das sombras
E eu sei que morrerei uma vez mais
Na solidão de um apartamento
cheio de lembranças póstumas
Tão logo a tarde finde!