Tão logo a tarde finde.

Brevemente, uma à uma, as estrelas surgirão no céu.

E nele também repousará o silêncio.

Uma ou outra ave noturna passará,

deixando o grito agitar, aquele que adormeu.

Eu ficarei tento aos sons,

ficarei imóvel observando luminosa a lua

E os transeuntes bêbados balbuciando

Indolentes palavras de desencanto!

Tão logo venha a noite, virão os espectros

Dos meus medos assombrar-me,

E meus pesadelos despertar-me-ão

Desse obscuro temor das sombras

E eu sei que morrerei uma vez mais

Na solidão de um apartamento

cheio de lembranças póstumas

Tão logo a tarde finde!

Cristhina Rangel
Enviado por Cristhina Rangel em 29/08/2010
Reeditado em 30/08/2010
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