Poema ao vento

Quis a vida amar me outra vez,

e eu sorri para ela, como quem deseja viver.

Pelas muitas vezes que eu me queixo com a pança cheia,

e não dou valor ao milagre da vida.

Quis abater-me, enfraqueci meu coração,

era só devaneio, e estupidez da minha parte.

Tenho aprendido, ao lado de mestres,

e não percebo que é raro o momento.

Quis apaixonar-me por todos que dizem que amam,

e no vale estava só chorando ao vento.

Palavras penetraram meu peito como a lança,

e eu já não sabia sobre a tal esperança, e a aliança?

Quis jogar, um jogo limpo,

mas quanto mais eu limpava a soleira da minha alma,

mais caía neve nos meus pés, nunca estive livre do peso.

Quanto mais eu arrumava, mais eu desarrumava o resto.

Quis esquivar-me do tempo,

mas não era o tempo que me dava dor nas costas,

mas era o seu alento meu alimento vão.

Descobri que sou cria, da cria alheia.

Sou fruto da minha imaginação,

esta será sempre a minha frustração,

não ser um fruto bom,

ter que colher migalhas de grão em grão.

Nina Blessed be
Enviado por Nina Blessed be em 28/08/2010
Código do texto: T2465385
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