Cadeado Mágico
Hoje acordei sem saber o que fazer
Sem saber o que falar, o que expressar
Sem temer a dor da consciência
Sem lutar contra minha própria paciência
Tranquei minha caneta e meu papel
Em um quarto escuro, sem objeção
Sem nenhuma noção de onde estaria
Sem nenhuma noção de como voltaria
Um único fim, sem limite nem segurança
Partindo sozinho pela estrada da esperança
Um calabouço de segredos trancafiados
A revolta de um ser desacreditado, desconfiado
Uma estrada esburacada, cheia de precipícios
Cheia de princípios, e o mundo girava a minha frente
A derrocada de um ser sem limites, descontente
E o tempo que corria de repente
E tudo era paz, imensidão
Era um vulto entre mil desejos
Era o surto de vários lampejos
De dor, de amor, de solidão.