CARAVANÇARAI

Euna Britto de Oliveira

11/02/2002

Site de Poesia: www.euna.com.br

Rumorosa turba cerca o Coliseu...

Todos querem ver os cristãos na arena,

menos eu!

Não sou melhor nem pior do que aqueles,

apenas somos de milênios e culturas diferentes...

Mais do que sou e pareço, amanheço.

Aquém de mim, anoiteço.

A madrugada me reabastece.

Eu também sou de argila,

dessa com que são feitos os tijolos, no mundo inteiro, pelo mesmo oleiro!...

“Abracadabra!”

Uma rosa imensa aparece, posa e pede para ser fotografada!

Da Bulgária, de onde vêm as mais belas?...

Não! da Turquia! ...

Que falta de premonição!

A que seria sua última foto perto de uma rosa,

e eu não sabia...

“Chaminés das fadas

são essas formações rochosas esculpidas pelo vento.

Capadócia significa cavalo bonito,

e Pamukale quer dizer palácio de algodão...”

Informa o guia turístico.

A Turquia é surpreendente!...

Quanta coisa dos gregos antigos e dos próprios turcos por lá!...

Caravançarai!... Palácio das caravanas,

onde descansavam de graça.

A caravana de minhas emoções descansa é neste livro,

e isso é uma grande Graça!...

Pela mesma rota que seguiam as caravanas de camelos,

seguem caravanas de turistas...

Um Caravançarai transformado em restaurante.

Almoçamos nele.

Quem vai sarar essas lembranças que maltratam a gente?...

Soa bonito: *C*a*r*a*v*a*n*ç*a*r*a*i* !...

Quando quiser me localizar, estarei em companhia da poesia.

Foi quando adoeci de poesia

que sarei de minhas longuíssimas tristezas!...

Parece que sarei!

Caravançarai...

Sarai-me!

Quando acontecer

tudo o que tiver de acontecer de bom comigo,

ainda vou achar pouco!...

— “Pra você, nada chega! Tudo é pouco. Não agradece!”

Será que sou assim mesmo?...

Ô meu Deus, que vontade de continuar daquele jeito,

no meio da festa!!!...

Mas a festa acabou!

O príncipe dessa história morreu...

Quem ficou no prejuízo fui eu.

Euna Britto de Oliveira
Enviado por Euna Britto de Oliveira em 22/09/2006
Código do texto: T246526