POR CAUSA DELA
Bebi, criei confusão,
Fiz coisas de fazer dó,
Virei mesas, quebrei copos,
Acabei com o forró
E alguém para me enfrentar
Eu não encontrei um só.
“Em pingo d’agua dei nó”,
A polícia me cercou,
Puxei a arma, atirei,
A mesma então recuou,
Não me entreguei, nem corri
E “soltinho” aqui estou.
Homem valente não sou,
Foi o efeito da “cana”,
Foi o desprezo cruel
Daquela pernambucana
Que me fizeram tomar
Atitude tão insana.
E nesta mesma semana
Eu, de novo, estou na praça,
Armado, causando medo
E bebendo mais cachaça,
Desejando algum insulto
Pra fazer uma desgraça.
Quanto mais o tempo passa
Cresce minha solidão.
Ela não quer me aceitar,
Nem de mim tem compaixão.
Eu parei para pensar,
Tomei esta decisão:
É melhor eu me aquietar,
Pois se assim continuar
Eu morrerei só, e em vão.