A idade
Na biblioteca tento fazer uma “linha do tempo”; já que o meu é tão ocioso.
Não posso, pois ao lado senta-se uma garota que fala, ri e gargalha.
E isto, mais aquilo que não gosto de contar, atrapalha.
Ela deveria fazer um silêncio respeitoso, talvez religioso.
Porém, aos quinze, existe-lhe algo mais precioso.
Estamos num dos Templos do Saber.
Mesmo com escolas tão ruins, isto ela deveria saber.
Todavia ela não pára. Ri, conversa e gargalha.
Velho rabugento, decreto: mocidade canalha!
Mas como nada digo, minha careta é falha.
Tento me concentrar, mas é em vão.
Ela aumenta o som que expele. Não lhe existe ainda o senão.
Irrito-me e faço cara de mau, mas qual:
logo vejo que o que me contraria não é a sua felicidade,
mas aquilo que já não tenho mais:
a sua idade.
Na biblioteca tento fazer uma “linha do tempo”; já que o meu é tão ocioso.
Não posso, pois ao lado senta-se uma garota que fala, ri e gargalha.
E isto, mais aquilo que não gosto de contar, atrapalha.
Ela deveria fazer um silêncio respeitoso, talvez religioso.
Porém, aos quinze, existe-lhe algo mais precioso.
Estamos num dos Templos do Saber.
Mesmo com escolas tão ruins, isto ela deveria saber.
Todavia ela não pára. Ri, conversa e gargalha.
Velho rabugento, decreto: mocidade canalha!
Mas como nada digo, minha careta é falha.
Tento me concentrar, mas é em vão.
Ela aumenta o som que expele. Não lhe existe ainda o senão.
Irrito-me e faço cara de mau, mas qual:
logo vejo que o que me contraria não é a sua felicidade,
mas aquilo que já não tenho mais:
a sua idade.