PROMESSA.
Fez-se em festa o arraial
No dia que ali choveu
Em danças e comilanças
Em feitos, desejos seus.
Fez-se em discursos os lamentos
Em compromissos os juramentos
Por tanto que Deus lhes deu
No dia que ali choveu.
Fez-se da espera esperança
Dos inimigos irmãos
Fez-se do choro sentido
A mais alegre canção.
Fez-se vida,
Onde morte havia.
Em teu o que era meu
Fez-se louvor à Maria
No dia que ali choveu.
Fez-se em branco o negro luto
Em fartura a privação
E nos namoros
as vontades incontroláveis do coração.
Fez-se em versos o poeta
Em trovas os males seus
O repentista sua festa
No dia que ali choveu.
Fez-se em luz a escuridão
Em amor ódio vivido
Fez-se tanto no arraial
Que parece ao ter pedido
Aquela graça ao Criador
Tivesse Ele atendido
Somente aos pedidos seus
No dia que ali choveu.
(D’Eu)