Por um fio.
Quem me dera, eu tivesse a palavra
essa palavra que a gente nunca acha
na hora mais certa!
Se eu a tivesse eu meus lábios
Eu querereia que ela não pertencesse
somente aos sábios!
E a diria, sem constrangimento,
A palavra que cessa toda lágrima
Que é cheia de harmonia.
Mas qual o quê! Ela não vem.
E sempre tem um vazio,
Um silêncio, em acabar tardio.
Fica-se por dizer a palavra
Que ilude meu racíocinio
Essa mesma palavra faz-me poeta
E que fico ora em seu domínio.
Ela vem a garganta,
e fica sempre por um fio!