A TERRA QUE DEVORA
Não me chames pelo nome,
o qual eu não escolhi!
Quem não me chama de Yoram
pode me chamar de Habibi,
não me chames pelo nome
que eu não elegi!
Por que não posso escolher
como devo ser tratado?
Porque irei morrer
e a terra não sabe meu nome
sabe somente me devorar.
No céu o meu nome é Yoram
ou pode também ser Baruch,
só não será o nome profano,
o nome que não conheci.
Lá em cima sabem o meu nome,
aqui embaixo não o sabem.
Trate-me como quer meu coração,
pois não seria educado
que tu não me estendas a mão,
sendo que, enlutado,
levarei o teu caixão
até aquela terra que não sabe,
que não conhece os nomes.
E se por acaso eu partir
antes que partas tu
eu irei saber por qual nome
o teu coração me chamava.
Chama-me de Yoram, não de profano,
chama-me de Habibi, não de pagão,
Mohamed eu ainda ufano,
qual nome está em teu coração?
Mas, meu nome é Yoram,
não aquele pelo qual me insultas!
Pelos dois lados de minhas raizes,
Avraham ou Ibrahim,
que honrarei os meus antepassados,
e vou lutar por isso até o fim
e serei chamado pelo nome deles.
Lembra que a terra não sabe,
ela apenas devora os anônimos,
os pseudônimos e os homônimos.
(YEHORAM)