Adormecida
Cidade antiga e casarões.
Domingos tristes adormecidos.
De enormes porões.
No ar os teus gemidos.
Uma solidão antiga
Que o tempo criou.
Pelos antepassados vivida.
Onde a alegria se esvaziou.
Agora pareces cansada
Dos anos que te rondaram,
Do silêncio da madrugada
E os filhos que já tombaram.
Vieram as futuras gerações.
Do que foi nada resta.
Até os padres mudaram os sermões.
Onde a tristeza de hoje era festa.
Cidade antiga, cabelos brancos.
Agora tão adormecida.
Teu começo nos barrancos.
Minha eterna guarida.
Aqui quantas lágrimas caíram.
Teu nome será saudade.
Quantos filhos daqui partiram,
Descansam na eternidade.