Ao leitor
na entidade do tédio
na quarta estrofe do prédio
os leitores ja esqueceram
e se perdem em outras migalhas
malditos viciados
na quarta feira
na quarta fuga
tentado escapar do poema
e escreve-lo em arranha-lo
sem nada poder estrair
além do sangue
traindo o todo
os leitores ja se entediaram
e eu sinceramente quero te matar
enfiar alguma coisa
relativamente nova
dentro da sua cabeça
esse meu sentimento
contra o fingimento
fadiga é a unica coisa
sensivel que se tange
em meio aos pedaços
quadrados do teclado
eu sinceramente quero te matar
e rabiscar hediondo
poemas na sua pele
assinar sua epiderme
e seus olhos cola-los na tela
sempre atento leitor
a tudo que eu escrevo
na quarta feira
na quarta fuga
o que eu tinha
se foi intenso
pra sempre
na sua cabeça
e eu sinceramente quero mata-lo
relativamente coersivel
e ao leitor
nenhum obrigado
maldito viciado!