Poesia Póstuma

Poesia póstuma

Postula morte, retumba forte

Infecunda sorte que advém do além

Do mais, do adeus... Ateus

É preciso calar para ser ouvido

Poesia póstuma

O gosto nefasto pelo decrépito ser

Imerso em rimas moribundas, frias catacumbas

Subterrâneos subterfúgios

Para ter sido é preciso já não ser

Poesia póstuma

Exuma o sarcófago das memórias

Vestindo no poeta um lamento, um murmúrio

Fria mortalha tecida em larvas de versos e augúrios

É preciso morrer para ser lido

Quando o corpo dorme e a vida consome, enfim

As palavras ecoam dentre os vermes mórbidos

E os sábios ébrios de epitáfios vívidos em

Poesias póstumas