Acalento (Devaneio II)

Abraça-me ninfa que chora

A noite avança, sem demora,

E os sonhos que a vida matou,

As lagrimas que você chorou,

Não terão importância agora...

E nada que você jurou,

Virá te atormentar.

Veja! Amanhece o sonhar...

E hoje, a dor que a ti devora,

Fazer-te-á rir ante ao jazigo

Dos que vira massacrar

Deixe entre braços te embalar...

Pois neste mundo cruel não há abrigo

Que juntos, o amor e a loucura possam encontrar

Seus olhos amarelos e chorosos

Devolveram o viço do meu coração

Deram vida ao meu ódio e meu pesar...

Incrustaram novos tons a esta canção.

Nossos prazeres espasmódicos,

Seus dentes a me perfurar.

Num ímpeto de prazer furioso

Em meio a toda a exaltação,

Eis que tremo ante toda inspiração:

E o despertador começara a tocar...

(2003)