O TIRANO
Este medo de viver que atordoa
e aprisiona os meus nervos entre muros
que se fecham, bem maciços e escuros,
e me esmagam num silêncio que ecoa.
O medo, tal inseto que ferroa,
revoa em meu jardim de ar tão puro
cobrindo de hematomas meu futuro,
ferindo minha paz que sangra à toa.
E o tirano com seu cetro e coroa
tudo arrasa, nada poupa ou perdoa,
captura-me em meu porto mais seguro!
Há de ter a solução pra esse apuro,
resgate do meu ser de volta à proa.
O medo afoga a vida da pessoa!