O TIRANO

Este medo de viver que atordoa

e aprisiona os meus nervos entre muros

que se fecham, bem maciços e escuros,

e me esmagam num silêncio que ecoa.

O medo, tal inseto que ferroa,

revoa em meu jardim de ar tão puro

cobrindo de hematomas meu futuro,

ferindo minha paz que sangra à toa.

E o tirano com seu cetro e coroa

tudo arrasa, nada poupa ou perdoa,

captura-me em meu porto mais seguro!

Há de ter a solução pra esse apuro,

resgate do meu ser de volta à proa.

O medo afoga a vida da pessoa!

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 24/08/2010
Reeditado em 04/11/2010
Código do texto: T2456045
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