Nas Aguas um Destino

COMO AS ÁGUAS DE UM RIACHINHO CAUDALOSO

SEM TÉDIO BARULHENTO AO JOGAR SUAS ÁGUAS EM CASCATA

AO CRUZAR VILAREJOS E FAZENDAS, PARECE QUE SENTE

TRANSCORRE NO MAIS ABSOLUTO SILENCIO, COMO EM REVERENCIA

MAREJANDO MATAS BATENDO MONJOLOS, CALANDO SE POR VEZES

NUM SILENCIO PROFUNDO, COMO DONO DO MUNDO.. FOSSE

IGUAL NÃO A, NESSE CÉU SOBRE RELVA, ENTRA VIVO NAS ENTRANHAS.

PERFURA SEM JEITO ENCOSTAS E MONTANHAS, CRIANDO VASOS E VEIAS

É MEU RIOZINHO CAUDALOSO, SEM RUMO QUE SEGUE SOZINHO.

ASSIM COMO EU, SEM SABER ONDE PARAR, VAI LEVANDO SUA SINA

COMO ELE TAMBÉM VOU TENTANDO, SEM SABER AONDE CHEGAR

MEU RIOZINHO DE ONDE AS LEMBRANÇAS, O TEMPO DE NOVO AFLORA

NA SUA TOADA EM CADA EMPREITADA, SÓ DEUS TEM POR TESTEMUNHA

SUA LUTA SANGRENTA COM ÁGUAS ÀS VEZES BARRENTA, SEM TER COMO PARAR

TAMBÉM ASSIM VOU LEVANDO, ÀS VEZES MUITO CHORANDO, A DOR QUE NÃO SE VAI

SÓ NESSE TEMPO NEM CHUVA NEM VENTO, NÃO EXISTE MORTE NEM SORTE, NEM LUGAR

GALGANDO PEDRAS E PONTAS EM TERRAS DISTANTE, ESTRANHAS SEM CARINHO E SEM LAR

ELE MEU RIOZINHO, VALENTE MOCINHO NUMA CORRIDA INSANA QUASE LOUCA

ASSIM COMO EU, MESMO COM AS DORES BATENDO PEITO ADENTRO

VAMOS SEGUINDO TENTANDO A TODO CUSTO, AO NOSSO MAR........ CHEGAR.