Pre/tensão
Café com pão
Manteiga não
Café com pão
Café com pão
E nesta pretensão cismei em escrever
Tanger em versos a oportunidade perdida
Meu pensamento adverso arremeter
Oh quimera de vida
Inesperadamente fui tolhida
Pelas regras impostas nas certezas
Pela métrica não aprendida
Pelo ritmo perdido em incertezas
Mudo agora meu perfil
Não sou poetisa amadora
Sou apenas nascida no Brasil
Teimosa, obstinada e sonhadora
E faço minha vida de incertezas
Descer ao léu em suaves correntezas
Absurdas, suaves e turbulentas
Sem métricas
Sem ritmos
Às vezes sem rumo
Escrevo mal, eu assumo!
Embevecida ante os nomes consagrados
Assim eu sigo nesse vício literário
Meus sonhos não são guardados
São expostos nesse novo itinerário.
E o gosto de ver meus versos
Crescendo, alcançando os corações
É tal qual mãe com filhos diversos
Ao vê-los viver sem limitações
Paraplégicos
Tetraplégicos
Epiléticos
E emudeço
Sem discriminações
Prossigo com embriões
Estudando, pesquisando
Aqui ninguém me tolhe
E cresce minha prole!