VAZIO DOS VERSOS
Minha cabeça anda vazia,
vazia de rimas, de versos,
de temas e homilia,
os tempos conversos,
com quem contendia
o taciturno coração
pondera e avalia
qual a situação.
Sobre o que compor,
fica a desejar
falo tanto de amor
falo de amar.
Contudo não há nada
nada para se escrever
alma abandonada...
abandono das verves
nada paira na mente
nada fazendo sentido
vejo, mormente,
um ponto emitido
a partir da emoção
prático e contido
nesta folha sensação.
Não tem preço
poder jogar com as idéias
na caça concreta
de um lado, o avesso,
firme na meta.
Dizem que amar é morrer
mas eu só vejo vida
delicia e grande prazer
o prazer da querida,
do brilho da lua
da alma comedida
um beijo em plena rua
te deixa constrangida
ainda mais se estás nua!
Nua dos versos controversos
que eu escrevo de dia
para serem lidos a noite
mesmo com a mente vazia
daquela sonoite
nas pálpebras o sono
pesado me seguro
me torno o dono
da luz e do escuro
que me açoita em minha cama
para qual eu vou me entregar
e me recebe ou me ama
e sempre vai estar lá.
(YEHORAM)