OCASO EM SETEMBRO
Na quase primavera, retraio-me.
Perco perfume, cores, luz.
Volto para meu sótão,
Para meu devaneio e solidão.
Flor seca entre páginas,
As da minha história.
A eternidade guardará
O tempo em que viçou.
Num verso talvez...
Atacada por traças
A gaze da lombada esgarçada.
Nódoas de lembranças
No texto amarelecido.
Gene do pretérito.
Pólen sem proveito.
(texto reescrito em 2014)