FUGINDO DO ACASO


Saindo a vagar pelo acaso das ruas,
Cansado do pouco caso dos açoites da vida,
Pensamentos cabisbaixos voltados aos pés,
Sentimentos todos voltados para o umbigo.

Necessidade de silêncio dentro de mim,
Pouco importando a algazarra ao redor,
Passos certos por caminhos incertos,
Destino descabido em qualquer plano.

A estrada à frente me instigando a reflexão,
Passos concatenados diferentes dos pensamentos,
Se minhas pernas não podem tropeçar,
As idéias tombam inconseqüentes a todo instante.

Desocupo a mente de saudade qualquer,
Lembranças são absolutamente desnecessárias,
Nem a lua que me segue atrevida pelas calçadas,
Ousará me seduzir, nem me induzirá a nada.

Quero só esse frescor da noite a me abanar,
Só meus passos a me guiar, nada mais,
Que não sejam os pensamentos soltos,
A desdenhar o acaso que queria se impor a mim.

Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 23/08/2010
Código do texto: T2455282
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