O MUAR
Se a cada passo que desse
nessa casa vazia a cinza
exaurisse...
Então poderia essa névoa
empoeirada e fria, pesada
como chumbo, sumir no Sol
Do pouco de tudo o que tenho
nada me resta, pela aresta
do que não me interessa,
continuo sozinho, uma peça
Sozinho, não sinto nada além
do desejo desse vazio acabar,
continuo no mesmo caminho,
trilhando o mesmo destino,
nessa vereda sem desviar
Porque, segundo os avisados,
é próprio do meu grado me
sentir como um gado no meu
mato a pastar
No mesmo muar do meu despejo,
sem desespero, desejo com a
minha burrice, uma ignóbia
preguiça, desse imenso mar:
Nada nadar!
(26/01/2008)
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(Essa poesia é sobre as críticas que a minha mãe fazia sobre o meu jeito de ser na adolescência. A implicância dela com a minha indisposição e ócio. Uma poesia de auto-confissão e exortação, depois da qual mudei a minha forma de ser. Empedrei meus sentimentos nos versos e os joguei fora).