O MUAR

Se a cada passo que desse

nessa casa vazia a cinza

exaurisse...

Então poderia essa névoa

empoeirada e fria, pesada

como chumbo, sumir no Sol

Do pouco de tudo o que tenho

nada me resta, pela aresta

do que não me interessa,

continuo sozinho, uma peça

Sozinho, não sinto nada além

do desejo desse vazio acabar,

continuo no mesmo caminho,

trilhando o mesmo destino,

nessa vereda sem desviar

Porque, segundo os avisados,

é próprio do meu grado me

sentir como um gado no meu

mato a pastar

No mesmo muar do meu despejo,

sem desespero, desejo com a

minha burrice, uma ignóbia

preguiça, desse imenso mar:

Nada nadar!

(26/01/2008)

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(Essa poesia é sobre as críticas que a minha mãe fazia sobre o meu jeito de ser na adolescência. A implicância dela com a minha indisposição e ócio. Uma poesia de auto-confissão e exortação, depois da qual mudei a minha forma de ser. Empedrei meus sentimentos nos versos e os joguei fora).

Zanarde
Enviado por Zanarde em 23/08/2010
Reeditado em 04/10/2012
Código do texto: T2455047
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