DESTEMPO

Os grãos da ampulheta

Sem qualquer etiqueta

Correm no tempo

Em seu abismo

Fechados em vidros

Abafados e barulhentos

Eles Caim quase sem fim

Dentro dos olhos de marfim

Daquela mulher enlutada

Como se fosse a sua alma envidraça

Caindo nas lembranças desfeitas

Entre os dedos das alianças malfeitas

Por um amor sentenciado

Em um vidro embaçado

Nada se pode ver

Olhos chuvosos do alvorecer

Goteja o destempo

De não viver.

...

Agradeço a interação do poeta J Estanislau Filho.

Seja sempre bem-vindo em meu recanto.

Beijos ternos.

"Esse tempo de destempero...

já não me desespero

com ampulheta escorrendo inexoravelmente

pois bem sei que irei brevemente

para a terra dos pés-juntos

tudo muito justo."

SARA GONÇALVES
Enviado por SARA GONÇALVES em 23/08/2010
Reeditado em 25/08/2010
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