DESTEMPO
Os grãos da ampulheta
Sem qualquer etiqueta
Correm no tempo
Em seu abismo
Fechados em vidros
Abafados e barulhentos
Eles Caim quase sem fim
Dentro dos olhos de marfim
Daquela mulher enlutada
Como se fosse a sua alma envidraça
Caindo nas lembranças desfeitas
Entre os dedos das alianças malfeitas
Por um amor sentenciado
Em um vidro embaçado
Nada se pode ver
Olhos chuvosos do alvorecer
Goteja o destempo
De não viver.
...
Agradeço a interação do poeta J Estanislau Filho.
Seja sempre bem-vindo em meu recanto.
Beijos ternos.
"Esse tempo de destempero...
já não me desespero
com ampulheta escorrendo inexoravelmente
pois bem sei que irei brevemente
para a terra dos pés-juntos
tudo muito justo."