Deus ex machina
Entre estes arranha-céus
Preso num distrito mental,
Cíclico, reiniciático, imortal,
Com faces que me queimam
Apontando um mar de fios metálicos...
Vago, sou a luz de uma lua cibernética
Banhado pelo canto da banshee
Ornado de brumas cacofonicas.
Vivo o cristo do vácuo...
Caçando e perecendo
Num oceano de vaga-lumes iônicos
Rindo-me sempre
Da lei eletrônica,
Da santidade subatômica,
Do prazer sintético,
Do universo descartável.
Valores débeis para os poetas
Que vivem na sobriedade do sonhar...
No entanto, irremediavelmente,
Sou um astro-máquina
Sempre a se autodestruir
E reiniciar...
(2004)