Amores Platônicos e Nem Tanto Assim
Tudo em nós se sobrepõe ao tempo
Somos irremediáveis como o existir
É na intensidade do que sentimos
Que permanecemos abstraídos dos porquês
Somos unos e intrínsecamente ligados
Nem a presença pode nos tornar mais próximos
O sentimento per(segue)-nos independente
E sendo assim resta-nos fundir as letras
No gesto mágico de transformar a saudade
Compomos o poema do alento
Um sentir melancólico que invade o silêncio
Olhares taciturnos contemplam o mar de janela nenhuma
Mãos crispadas delatam
Toda a impotência de um suspiro
Conjugamos assim a sintonia
Dos seres que amam com a cumplicidade de saber
Que naquele instante
As vontades aqui e alhures coincidem
E tudo supera o racional que prepondera
Ou deveria