Manifesto contra a aula do Custódio
Ao Prof. Custódio, com carinho.
Vera
26/03/2010
Não quero mais assistir às aulas do Professor Custódio.
Elas me fazem pensar no vento soprando,
na semente que dorme no seio da terra
e nos trabalhadores do campo, que perfumam os vales com o cheiro do solo revolvido.
Me dá vontade de sentar naquele banco de praça aonde faz tempo não vou,
e observar o movimento da luz na água da fonte branca, como se eu fosse uma das três estátuas que lá estão, silenciosas,
segurando suas cestas de flores .
De onde estou, eu me vejo tirando minhas sandálias e pisando firme,
embora docemente, na suave relva,
molhando com o orvalho da noite meus pés descalços.
um sentimento de outono cai em volteios até o chão, quando reclino minha cabeça sobre os livros e fecho os olhos para ouvir a sua voz semelhante ao sussurro do vento nas folhagens.
Meus olhos se enchem de lágrimas com o que me torno quando ele fala.
Eu me encontro com a que fui outrora e que ainda sou em uma terra distante, onde só os sonhos alcançam.
De repente, a carreira, o trabalho, as relações sociais são diminutos grãos de areia às margens desse mar imenso que me espera.
Todo o mundo que tão demoradamente criei para habitar é apenas um sonho do qual eu desperto para ouvir suas palavras que soam como um revoar de pássaros.
Ao Prof. Custódio, com carinho.
Vera
26/03/2010
Não quero mais assistir às aulas do Professor Custódio.
Elas me fazem pensar no vento soprando,
na semente que dorme no seio da terra
e nos trabalhadores do campo, que perfumam os vales com o cheiro do solo revolvido.
Me dá vontade de sentar naquele banco de praça aonde faz tempo não vou,
e observar o movimento da luz na água da fonte branca, como se eu fosse uma das três estátuas que lá estão, silenciosas,
segurando suas cestas de flores .
De onde estou, eu me vejo tirando minhas sandálias e pisando firme,
embora docemente, na suave relva,
molhando com o orvalho da noite meus pés descalços.
um sentimento de outono cai em volteios até o chão, quando reclino minha cabeça sobre os livros e fecho os olhos para ouvir a sua voz semelhante ao sussurro do vento nas folhagens.
Meus olhos se enchem de lágrimas com o que me torno quando ele fala.
Eu me encontro com a que fui outrora e que ainda sou em uma terra distante, onde só os sonhos alcançam.
De repente, a carreira, o trabalho, as relações sociais são diminutos grãos de areia às margens desse mar imenso que me espera.
Todo o mundo que tão demoradamente criei para habitar é apenas um sonho do qual eu desperto para ouvir suas palavras que soam como um revoar de pássaros.