Queria tanto que umas palavras tuas
Escapassem em deslize de tua boca
E revelassem alguns segredos tantos
Que nem se imagina...

Queria tanto que umas palavras minhas
Num beijo lhe penetrassem súbito a boca
E tornassem simplesmente desnecessários
Os tantos segredos que trazemos ocultos
Que nem se descortina...

Queria tanto a poesia minha falar à tua
E a tua poesia vir de repente morar na minha
E nossos versos passearem de mãos dadas
Na imaginação que não é tua nem minha
Que de quem seja nem se insinua...

Queria tanto que o tempo me devolvesse
A juventude dos sonhos na vontade de viver
A alegria de outrora no riso que se faz agora
A vida como sempre foi e haveria sempre de ser
Que nem dá mais para reviver...

Queria tanto que o tempo me esquecesse
Num verso teu e eu não envelhecesse
Que me deixasse assim errar eterno
Sem poder saber aonde eu vou
E que eu errasse eternamente
E que nem desse para voltar...

Queria tanto ser uma palavra tua
Um verso perdido num poema teu
Para minha alma enfim andar nua
Numa poesia que o tempo esqueceu
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 21/08/2010
Reeditado em 05/08/2021
Código do texto: T2451786
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.