RECORDAÇÕES

Quando te vejo tão tranquilo
ali sentado a mirar o rio,
sei que a tua mente está ausente,
recordando os belos passados
que encadeados, enredados
fazem de ti aquele que eu amo.
Há gritos de crianças, tropelias...
O mar alteroso daquela tempestade,
lembras-te?
E o passeio pela floresta?
E do que dele resta?
Folhas secas num livro e fotografias...
E, se na tua quietude sorris
sei que a lembrança é feliz.
Mas se franzes o cenho, rosto fechado
e mãos crispadas nos joelhos,
o coração bate-me descompassado
de dó, da pena das perdas e desgostos
de um passado cheio de rostos.
Há músicas, festas, funerais,
colegas, parentes e amigos.
Existe camaradagem e risos...
Somos o que fomos, mescla de vivências,
sonhos e esperanças.
Dizem que somos folhas soltas
de um grande livro disperso
pelo Universo!

Teresa Lacerda
Enviado por Teresa Lacerda em 21/08/2010
Reeditado em 28/08/2010
Código do texto: T2450602
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