SEMENTEIRA DO AMOR
SEMENTEIRA DO AMOR
Cadê meu céu, meu mar?
Meu Sol , meu calor?
As estrelas e o luar?
De minhas noites , o amor?
Onde foi tudo parar?
O meu brilho , o meu fugor
Lancei sementes da paixão
Do fogo ardente , de sedução
Destino cruel veio me cobrar
Em moedas de eterno amargar
Feriu-me a alma , empenar
Atingiu-me em cheio o coração
Apesar de muito a mente tentar
Sem êxito, em vão ...falar
Falou em grito na alma, à razão
Mas surdo, frêmito em ilusão
Não percebi e não vi o tempo passar...
E agora , colhendo frutos da desilusão,
Me encontro só, sem amor
Em dor , em desencanto, em ardor
Queima dentro do peito
Em fogo calmo , bem lento
De dilacera aos poucos , é pior
Melhor queimar de vez , sofrer tudo...
Mas , cruel e sagaz
O destino vem sempre cobrar
Em moedas de melancolia
De prostração, de lágrimas à chorar
Pelos cantos da vida
À banhar
Lavar a alma, fazer pensar...
Refletir , que para ser feliz, amar
É necessário sementeira do amor, plantar.
DIANA LIMA/ITANHAÉM/SP, 23/11/2003