NAUFRÁGIO

Devolve-me

as braçadas

singradas

sobre tuas ondas.

Esquece

minha ronda

freqüente

em tua vertente

temendo secar.

Oculta

ao teu mar

nossos desvios

margeando rios

em cios e entregas.

Nega

às margens

nossas ancoragens

escondidas.

Seca

as poças perdidas

formando lagos

que por uns afagos

arriscaste o leito.

Devolve-me

com jeito

meus navegares!

Não banhes

outros mares

levando mágoas,

nem turves as águas

se ondas desejas.

Prende

à vertente

a gota fluente

querendo sair.

Não despejes

em mares

doutros navegares

só pelo fluir.

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 20/08/2010
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