NAUFRÁGIO
Devolve-me
as braçadas
singradas
sobre tuas ondas.
Esquece
minha ronda
freqüente
em tua vertente
temendo secar.
Oculta
ao teu mar
nossos desvios
margeando rios
em cios e entregas.
Nega
às margens
nossas ancoragens
escondidas.
Seca
as poças perdidas
formando lagos
que por uns afagos
arriscaste o leito.
Devolve-me
com jeito
meus navegares!
Não banhes
outros mares
levando mágoas,
nem turves as águas
se ondas desejas.
Prende
à vertente
a gota fluente
querendo sair.
Não despejes
em mares
doutros navegares
só pelo fluir.