Inverno na alma
Nunca em minha vida
poderia sequer imaginar que nutria esta aversão
ao meu pobre e sincero sentimento de amor.
Quando tuas palavras vieram ao meu encontro
senti na carne o padecimento físico
do golpe desferido pelo revés da situação que desconhecia até então.
A decepção dos anos vividos
caíram como granizos devastadores
tirando de mim tudo aquilo que eu inocentemente acreditava.
Quando a tempestade chegou
desfolhou meus sentimentos coloridos
deixando apenas os tons do marrom de um inverno rigoroso.
O meu corpo arqueava de acordo
com o movimento do vento frio e cortante
a açoitar sem piedade a minh'alma fragilizada pela desesperança.
Minhas forças aos poucos adquiriram identidade
diante dos teus insultos grosseiros
metamorfoseando a inércia que apoderara do meu coração.
Do incompreensível e doloroso
nasceu a anulação do efeito destruidor que provocaste
tornando-se apenas em mais um vitorioso inverno na alma...
Setembro de 2006