Cegueira

As horas correm,

Os dias morrem,

Os meses vêm e vão.

Eu vejo então

Que mais um ano se foi,

Também logo depois,

O seu sucessor.

Será que atento

A esse pequeno tempo

Que passa, eu estou?

Pois sei que vou

Por uma estrada que insiste

Em mostrar o belo e o triste,

Mas pouco vejo.

No meu jardim

A roseira cresceu;

Até floresceu

E eu não vi.

Que a ave botou,

A ninhada chocou

E os filhotes voaram.

Que também lá fora

O vendaval devora

O que resta de puro...

E o homem inseguro,

Debate-se em vão.

Ninguém faz nada

Nessa geração violentada.

Nem você, nem eu!...

Águeda Mendes da Silva

Águeda Mendes da Silva
Enviado por Águeda Mendes da Silva em 20/08/2010
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