Vinho Amante...

Deita a vista ao Sublime Vinho,

Sangra e afunda meu espírito,

Voeja por entre o incansável.

Fundi-se em minha atuação,

Em turva harmonia de imagens de encanto,

Sinto tua força em meu sangue,

A igualar minha folha,

Em todos os Outonos,

E me levar quando Morto...

Perdoai a delícia efêmera!

A lastima da primeira partida,

O fervor da última vinda,

O tempo da ausência...

Amante noturno,

Etérea tua boca me engole,

Vagando na perdição de teu ósculo,

A orla da copa,

Danço em teus lábios...

Tu, Imortal... Inefável... Sinto-te...

Sem voz,

Sem semblante,

Sem Nada,

Apenas meu reflexo sobre o teu escarlate...

E nessa esfera divina,

Alentam-se todas as Noites...

Diego Martins
Enviado por Diego Martins em 20/08/2010
Código do texto: T2448374
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