Vinho Amante...
Deita a vista ao Sublime Vinho,
Sangra e afunda meu espírito,
Voeja por entre o incansável.
Fundi-se em minha atuação,
Em turva harmonia de imagens de encanto,
Sinto tua força em meu sangue,
A igualar minha folha,
Em todos os Outonos,
E me levar quando Morto...
Perdoai a delícia efêmera!
A lastima da primeira partida,
O fervor da última vinda,
O tempo da ausência...
Amante noturno,
Etérea tua boca me engole,
Vagando na perdição de teu ósculo,
A orla da copa,
Danço em teus lábios...
Tu, Imortal... Inefável... Sinto-te...
Sem voz,
Sem semblante,
Sem Nada,
Apenas meu reflexo sobre o teu escarlate...
E nessa esfera divina,
Alentam-se todas as Noites...