O vento
E o vento que te encontrou movimentos
que me encantaram poemas, ecoando maresias
e tornou-te especial em meus momentos,
em sons provocando outros leves ventos?
O vento, a minha brisa transformando,
e outras nuvens tornando-se instantes,
mudando limites de espaços, sintonias,
no céu em redemoinhos, se enrolando,
por todos os horizontes tão distantes?
Qual força estranha de vento nos isolou,
desfolhando galhos de ilusões abandonadas,
ventos de fuga, de incertas tempestades?
Em qual força estranha o vento te levou,
sem proximidade, distanciando intimidades,
e separou nossas sombras projetadas?
Foi um vento sul, destes meus frios,
assoviando anseios pelas caminhadas,
onde guardei meus sonhos tão vazios?
Foi o vento norte anunciando trovoadas,
na busca sinuosa por lugares coloridos,
sem meus encantos, minha paz roubada?
Sei. Foram os ventos de mundos flutuantes,
sem portos que orientem meus sentidos
pelas dunas quentes de areias ondulantes.
Foi este vento tão sem rumo, pelos ares,
nos descaminhos do infinito e já perdido,
em ondas a se cruzarem almas nestes mares.