Veias Mansas

Se me repara assim tão distraída

É que já andei errando o pulo

E que agora sobro dispersa a toques tão frágeis

Preciso que me agarre

Me engula

Pra me arrancar destes restos embriagantes

Quero um vinho tinto

Que me desperte tão sorrateiro desse sonho pouco

Quero as janelas abertas

Pra que entre um frio cortante

E me sangre

Sangue espesso

De tantas maçãs apodrecidas

Que nenhuma Eva

Sucumbiria aos seus encantos

Que cantos?

A voz tão rouca

Que não repara

No que eu digo

Raíssa Bouças
Enviado por Raíssa Bouças em 19/08/2010
Reeditado em 25/08/2010
Código do texto: T2447479
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