19/08/2010

Acordei no meio da noite escura de ontem

querendo encontrar teu corpo, tocar,

odor a baunilha impregnando o ar quente,

breve suspiro relembrando grito mais profundo

na imaginação descrita, palavras repetidas

exaustas,

esse nada descoberto revelava a sua existência,

nenhuma surpresa na simples continuidade conhecida

impregnada do pouco sentimento

num conhecimento rápido sem nome, algures numa tarde

à beira do mar

sem lua por perto, ou música romanceando o momento,

instinto puro, carnal, descontinuado.

Naquela saudade repentinamente sentida, alguém nas ruas

riu sem vontade,

esperando resposta desconexa,

olhando o escuro das paredes quis voltar ao sono interrompido,

apenas imaginei o mar seus reflexos, envolvimento

nas ondas rugindo por perto,

não te encontrei, não queria

nem desejava,

apenas o ficar quieto chegava,

na indecisão do regresso

ao reacordar no meio da trovoada impiedosa

já programada.