Décima oitava hora
Décima oitava hora
Sandra Ravanini
Décima oitava hora que me abriga;
os sinos tocam ao ouro das igrejas,
e comungam os mansos e a invertida
na mesma voz da idem mão que apedreja.
Acovardar-me; isso é a sobra do tudo,
e o apogeu contrário é a nota perdida
da vida lenta à vida de escudo,
onde apalpo um universo sem saída.
E os silêncios dormem e vivem em mim,
se despertando os meus orgulhos mudos,
acorda a vaidade engasgada e carmim
rogando o ouro do socorro que eu iludo.
Décima oitava hora, mão sem saída
apedrejando o silêncio engasgado;
comungam com o justo, eu e as minhas brigas,
voz orando ao ouro, fé ungindo o esmo pecado.
18/01/2009