SEM PONTOS, SEM VÍRGULAS... SEM!
E o encanto não vem
O mesmo tom divergente
A arma sobre a mesa fria
Os sonhos doces na prateleira
Um encontro com a poesia...
A arma? A caneta que decola do pensamento
O sonho? Verter um copo doce de veneno
Mas, por tantas vezes me deparo com o ego
O absurdo instante que me afronta
Acordo absorta em sentimentos
Que fogem e me deixam sempre tonta...
O momento agora me faz tola
A tua espera torna-me insegura
Sou a porta da tua escada
E sinto a tua casa tão escura
Deixe-me cuidar de ti!
Fala a criança travessa...
Se me escondo por trás do que sou
Me dissolvo em teus desejos
Sou somente humana e estou desnuda
Para que me sintas em todos os intervalos de tempo
Para que venhas em todos os serenos da noite...
Agora vá, eu te permito seguir...
Não sou nem mesmo um fragmento
Estou envolta em mim
E sigo sem teu alento...
Sem vírgulas, sem pensamento...
numa tinta carmim
do meu envolvimento...
...num abraço, carregada pelo vento!!!!!!!
Júlia Rocha
11/11/2009