COLEÇÃO DE SEMENTES
Euna Britto de Oliveira
Site de Poesia: www.euna.com.br
Desgosto e desgaste,
o primeiro é pior.
Como soldadinhos de chumbo,
foram todos derrubados, os que morreram...
A tinta fresca cala a boca das paredes
que têm coisas graves pra contar, gravadas...
Acaba de viver ou acaba de morrer querem dizer a mesma coisa.
A moça bonita está usando marido francês.
Minha mão tem tantas linhas!...
Pena que eu não saiba ler!
Entre oito e oitenta, quarenta!
Descrevo um sentimento,
descreio.
Em vão, tento recriar o recreio
que a sua presença fazia dentro de mim.
Recuo e sigo minhas próprias pegadas,
na tentativa de reencontrar o que foi felicidade...
Eu fiquei comum, você ficou comum,
viramos lugar-comum.
Êh, vida!...
Não somos feitos à prova de desencanto.
Agora, cultivo acanto.
Vou até ver se a mudinha de acanto que ganhei na Europa pegou!
Dará espinhos, sim! E flores!...
Dará folhas que inspiraram a um arquiteto
a ornamentação das colunas sagradas dos templos de Atenas...
Não sou uma mulher sem poesia,
mas estou sem música!...