Na escuridão ouvi sua voz
Na escuridão ouvi sua voz
Eu a segui
Andei até sentir as ondas que quebravam em meus pés
Segui pela água fria, enrugando os dedos
O chão repleto de falhas dificulta a caminhada
Logo a água bate na cintura
E toma pra si todo meu corpo
Eram um mundo novo de corais furta-cor,
Peixes de azuis tão singulares como seus venenos
Suas chamadas se tornaram ecos,
Eu já nem lembrava que meus pulmões não mais funcionavam
Ecos que me guiaram
Para uma gruta distante, guardada por enguias e baiacus
Ia ferindo o corpo pelas paredes estreitar repletas de crustáceos
O eco era cada vez mais próximo
Havia uma luz ao fundo
Uma leve melodia acompanhava aqueles ecos, parecia uma harpa
Que emanava lamentos
Tudo se tornou intenso
Um misto de sentimentos, amor, angustia, desejo...
A luz intensa estreitou os olhos
Quem me chamava não eras você
E o corpo encontrado entre as pedras na paia você há de reconhecer.
6-19/08/2o1o