A dança das lágrimas.

Para além do tudo, eis que encontro o nada, ou será que é o nada que me encontra?

Para além de minha luta, o triste sabor do destino, da própria sorte? Ou será a mão do bicho social conduzindo meu destino?

Onde estou que não me encontro?

Onde foi parar minha calma, minha alegria, minha leveza de espírito?

Será que ao mergulhar na fantasia de não mais sofrer, eu acabei por sair das águas e me elevar até o céu?

Minhas alegrias se tranformaram em incertezas.

Eu voei com o vento para mundos distantes.

E meu coração fez morada num mundo chamado solidão.

E para fugir desse mundo, fui para outro mundo chamado Loucura.

Minha estrada é feita de nuvens.

Meu corpo está na terra e minha alma se eleva ao plano terrestre e viaja para onde os anjos se escondem.

Entre lágrimas, sangue e dor; existe a dádiva da esperança, que nos leva a viajar nos sonhos.

E os sonhos nos leva para reinos desconhecidos, para além da própria vida, para além da própria morte: tu se torna imortal pelos sonhos que faz brotar no coração de seu irmão.

Meu caminho vai além de minha simples vida: minha estrada vai em direção aos céus.

Eu levo minha vida ao léu, sem nada de muito concreto que me prenda ao chão.

Eu me elevo para outro mundo, meu irmão.

Eu viajo com a força de meu coração.

Vou para onde a dor demore um pouco para me achar.

Eu vou para onde a solidão passar longe.

Não quero mais sentir o gosto de meu próprio sangue.

Me deixas então transcender.

Pois, que o primeiro grau de transcendência é a loucura.

Mas, existe um grau que vai para além da loucura: isso acontece quando você viaja concientemente.

Não existe loucura melhor, do que aquela consciente.

Loucura que a gente sente e ressente, numa eterna sintonia entre a morte e orenascimento dos sonhos.

Viver é transcender, é ascenderaos céus, quando o mundo real parece doloroso demais para se suportar.

Eu sou fruto desta loucura profunda.

Dessa realidade imunda.

Sou filho dessa dor filha da puta.

Sou céu, água, ar e fogo.

Eu sou aquele que viaja para além da própria dor, apenas para continuar sobrevivendo nesse mundo indecente.

Eu sou aquele que para além das lágrimas e do sofrimento, sempre procura um jeito de voltar para casa: ali, onde a dor não me ache, em qualquer lugar onde eu possa sorrir, ali é a minha casa.

Para além do tudo: o nada.

É do nada que nascemos e será para ele que voltaremos.

Somos todos pó: pó de estrelas.

Pois, que não existe loucura melhor do que aquela que se cria para fugir do sofrimento de uma realidade tão dura feito a morte.

Viva então a loucura, que te eleva para além das feridas e das mazelas da vida.

Pois, que eu sou céu, água, ar e fogo.

Eu sou aquele que viaja para além da própria dor, apenas para continuar sobrevivendo nesse mundo indecente.

Marcos Welber
Enviado por Marcos Welber em 17/08/2010
Reeditado em 26/08/2010
Código do texto: T2442726
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