Intimidade

Intimidade

Angélica T. Almstadter

30-03-04

No vão dos seios uma nota nua.

A lira refeita e aceita.

O júbilo do encontro,

Que mora dentro do desencontro.

O tatear macio da lua,

Que passeia na cama desfeita;

Sorriem dispostas as alianças,

Os laços refazendo os pedaços.

Agora sim, os astros se enchem

de esperança,

E a música passeia em arrepios

Na alva tez;

Procura a brandura dos cios

Refletida na timidez

Dos olhos semi cerrados.

Silêncio pelo medo que nasceu,

No jardim dos poucos pecados.

Os lábios entreabertos cheirando

a erva doce,

De pronúncia carregada, a fala

descompassada.

Conta do zelos, e provoca a ansiedade.

O corpo febril resvala nos segredos,

Sequioso se contorce em súplicas.

E vão-se as horas por entre os dedos;

Confusas na intimidade,

Por lembranças únicas.

O sorriso esboça a alegria artificial,

Que se encolhe calada,

Banhada de suor e lágrimas.

A fonte de energia vital,

Tomba cansada,

Abraçada as lástimas.

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 26/01/2005
Código do texto: T2442
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