SENTIR

Poderei em algum momento sentir?

Sorrir com o tato inesperado,

O perfume dizendo ao olfato que irá partir,

Ouvir um triste adeus, desesperado.

Um corpo, mergulhado n'um sentimento estático,

Vários amores, nenhuma chance de sumir,

O acre gosto da decepção, metálico,

Pesa o travesseiro no momento de dormir.

Vivendo desejos oníricos de um porvir,

Amando e fugindo do pecado,

De arrependido, n'um abismo cair.

Desta breve vida não posso partir,

Então luto por um cicio cálido,

Vaga esperança de poder voltar a sentir.